Ele repete as notas na luz branca, na poeira abafada da sala de música. O cheiro dos tapetes e veludos está rançoso e grave, eu já não escuto. Minha irmã mais velha ouve a história nos olhos dele. Minha irmã mais nova imagina o amanhã. Eu busco ler o agora. As moças parecem sem futuro, a velha se cansou do passado.
[Marta] - Quando falamos é como se ladrássemos à lua: não escutam o significado, apenas ouvem a melodia, o ruído, a estridência.
[Olga] - Fingem não ouvir, porque depois nos revelam com orgulho o que lhes dissemos, como se fossem ideias deles.
[Irene] - Quando será que poderemos dizer o que pensamos?
[Marta] - Quando será que pensaremos por nós mesmas o que dizemos?
[Olga] - Quando será que nossos pés farão nossos caminhos?
[Irene] - Quando é que o futuro vai nos encontrar?
[Marta] - Quando é que as peles de noite terão suas vidas?
[Olga] - Quando é que nossa dependência, servidão e cativeiro serão apenas memória?
[Coro]:
Independência, quando te conquistaremos?
Com as garras de quem ladra à lua
Numa língua nossa
Que eles terão que aprender
Ou morrer
Ten artists reimagine tracks from Wayward’s debut album while retaining the original's jungle, house, and techno influences. Bandcamp New & Notable Feb 25, 2022